SOFTWARE LIVRE
As duas principais organizações
internacionais responsáveis pela proteção e promoção do software livre, a Free
Software Foundation (FSF) e a Open Source Initiative (OSI), atuam também para
garantir que os termos Free Software e Open Source sejam utilizados de forma
correta.
A Free Software Foundation
considera um software como livre quando atende aos quatro tipos de liberdade
para os usuários:
- Liberdade 0: A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito;
- Liberdade 1: A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades;
- Liberdade 2: A liberdade de redistribuir cópias do programa de modo que você possa ajudar ao seu próximo;
- Liberdade 3: A liberdade de modificar o programa e distribuir estas modificações, de modo que toda a comunidade se beneficie.
Ilustração frequentemente usada como logo para o Projeto GNU. |
A liberdade de executar o
programa significa que qualquer tipo de pessoa física ou jurídica pode utilizar
o software em quantos computadores quiser, em qualquer tipo de sistema
computacional, para qualquer tipo de trabalho ou atividade, sem nenhuma
restrição imposta pelo fornecedor.
A liberdade de redistribuir o programa
executável (em formato binário) necessariamente inclui a obrigatoriedade de
disponibilizar seus códigos-fonte. Caso o software venha a ser modificado e o
autor da modificação queira distribuí-lo, gratuitamente ou não, será também
obrigatória a distribuição do código-fonte das modificações, desde que elas
venham a integrar o programa. Não é necessária a autorização do autor ou do
distribuidor do software para que ele possa ser redistribuído, já que as
licenças de software livre assim o permitem.
A OSI, por conta da ambiguidade
da palavra “free” em inglês, prefere a expressão Open Source, que em língua
portuguesa é traduzida por software livre, software de código aberto ou
software aberto. A disponibilidade do código-fonte não é condição suficiente
para que ele seja considerado de código aberto. É necessário satisfazer dez
critérios, inspirados nas Orientações sobre Software Livre do projeto Debian:
- Livre redistribuição: Sua licença não pode restringir ninguém, proibindo que se venda ou doe o software a terceiros;
- Código-fonte: O programa precisa obrigatoriamente incluir código-fonte e permitir a distribuição tanto do código-fonte quanto do programa já compilado;
- Obras derivadas: A licença deve permitir modificações e obras derivadas que possam ser redistribuídas dentro dos mesmos termos da licença original;
- Integridade do código do autor: A licença pode proibir que se distribua o código-fonte original modificado desde que a licença permita a distribuição de patch files com a finalidade de modificar o programa em tempo de construção;
- Não discriminação contra pessoas ou grupos: A licença não pode discriminar contra pessoas ou grupos;
- Não discriminação contra áreas de utilização: A licença não pode restringir os usuários de fazer uso do programa em uma área específica;
- Distribuição da licença: Os direitos associados ao programa através da licença são automaticamente repassados a todas as pessoas às quais o programa é redistribuído sem a necessidade de definição ou aceitação de uma nova licença;
- Licença não pode ser específica a um produto: Os direitos associados a um programa não dependem de qual distribuição em particular aquele programa está inserido. Se o programa é retirado de uma distribuição, os direitos garantidos por sua licença continuam valendo;
- Licenças não podem restringir outro software: A licença não pode colocar restrições em relação a outros programas que sejam distribuídos junto com o software em questão; e
- Licenças devem ser neutras em relação as tecnologias: Nenhuma exigência da licença pode ser específica a uma determinada tecnologia ou estilo de interface.
Do ponto de vista econômico, o
software livre promove o estabelecimento de vários fornecedores com base no
mesmo software. A competição entre fornecedores traz vantagens aos usuários,
como melhorias nos serviços de suporte e redução nos preços de pacotes
(manuais, CDs, etc). Cerca de 80% do dinheiro gasto com software pelas empresas
são voltados para aplicações personalizadas e treinamento. Esse modelo de
negócio (suporte e venda de pacotes) incentiva o surgimento de pequenas
empresas que podem atender os mercados locais e consequentemente redução da
dependência de empresas estrangeiras.
A pouca experiência do mercado em lidar com o
software livre e o próprio fato do software ser, em geral, gratuito, podem
gerar dúvidas sobre a viabilidade econômica ou a qualidade do software. Estes
conceitos estão sendo revertidos aos poucos. As empresas estão percebendo que é
mais vantajoso aprimorar/contribuir com o software livre do que investir na
construção de um novo software similar e proprietário.
SOFTWARE GRATUITO
Software gratuito ou freeware é
qualquer programa de computador cuja utilização não implica o pagamento de
licenças de uso ou royalties. É importante não confundir o free de freeware com
o free de free software, pois no
primeiro uso o significado é de gratuito, e no segundo de livre. Um programa
licenciado como freeware não é necessariamente um software livre, pode não ter
código aberto e pode acompanhar licenças restritivas, limitando o uso
comercial, a redistribuição não autorizada, a modificação não autorizada ou
outros tipos de restrições. O freeware diferencia-se do shareware, no qual o
usuário deve pagar para acessar a funcionalidade completa ou tem um tempo
limitado de uso gratuito.
- História
O termo freeware foi introduzido
por Andrew Fluegelman quando desejava vender um programa chamado PC-Talk que
havia criado mas não queria usar métodos tradicionais de distribuição por causa
do custo. Fluegelman, na realidade, distribuiu o PC-Talk sob uma licença agora
chamada de shareware: o uso atual do termo não é necessariamente compatível com
o conceito original.
- Critérios de Definição
Um software é gratuito ou
freeware quando possui suas funcionalidades completas por tempo ilimitado sem
custo monetário. A licença pode restringir o tipo de uso, como uso para fins
não lucrativos, não comerciais, uso acadêmico, entre outros. Dessa forma a
licença pode ser "gratuito para uso não comercial"
- Derivações
Após a disseminação das
distribuições como shareware, outros tipos de distribuições com sufixo -ware
surgiram, como adware, que denota softwares que possuem propagandas - que
também podem ser shareware; ou outros como careware, solicitando que o usuário
faça doações a alguma instituição de caridade, crippleware, software com
recursos limitados e outras, como beerware, que requer que o usuário pague uma
cerveja ao autor.
SOFTWARE PROPRIETÁRIO
O Software proprietário,
particular ou não livre é um software para computadores que é licenciado com
direitos exclusivos para o produtor. Conforme o local de comercialização do
software este pode ser abrangido por patentes, direitos de autor assim como
limitações para a sua exportação e uso em países terceiros. Seu uso,
redistribuição ou modificação é proibido, ou requer que você peça permissão, ou
é restrito de tal forma que você não possa efetivamente fazê-lo livremente. A
expressão foi cunhada em oposição ao conceito de software livre.
Em português, para software, o
termo "proprietário" poderia ser considerado uma tradução equivocada
do inglês "proprietary". Mas tornou-se usual e não deverá ser
abandonado. Aplicando-se o termo a software, o sentido pretendido é de que o
software "é pertencente a um proprietário" ou "particular";
e mais claro é ler "software proprietário" como "software privado"
ou "software particular".
- Limitações ao uso
Normalmente, a fim de que se
possa utilizar, copiar, ter acesso ao código-fonte ou redistribuir, deve-se
solicitar permissão ao proprietário, ou pagar para poder fazê-lo: será
necessário, portanto, adquirir uma licença.
- Termos similares
O fundador do movimento FSF, o
norte americano Richard Stallman, por vezes utiliza o termo "software que
subjuga o usuário" para descrever o software proprietário.
O termo "non-free" — que em português
pode ser traduzido como "não-livre" — é utilizado pelos
desenvolvedores do projeto Debian, para descrever qualquer software no qual a
licença não é compativél com a Debian Free Software Guidelines, e utilizam o
termo "proprietary software" — em português usual: "software
proprietário" — especificamente para o software não livre que não vem com
o código fonte.
A iniciativa Open Source
Initiative utiliza o termo "software proprietário" e "software
código fechado" para se referir á mesma coisa.
- Exemplos
Alguns softwares proprietários
são o Microsoft Windows, o Microsoft Office, o RealPlayer, o Adobe Photoshop, o
Mac OS, o WinZip, algumas versões do Unix, entre outros.
Sequência: "Redes de Computadores: Internet".
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