Grupo Jovem Guarda em apresentação na TV Record (1965). |
Aproveitando o tema da novela "Amor e Revolução", do SBT, quero lembrá-los que entre as manifestações artísticas na Ditadura Militar, a Jovem Guarda foi o único movimento em que não se posicionou. Não era a favor, mas também não era contra a ditadura brasileira.
Há 45 anos o Brasil atravessava uma profunda e dolorosa mudança política, social e até mesmo jornalística. O Golpe de 31 de março de 1964, que derrubou o então presidente João Goulart, acusado de comunista, foi um importante divisor de águas na história da democracia brasileira. O período da ditadura militar foi marcado principalmente pela violência contra indivíduos e contra a imprensa.
A ditadura militar também afetou artistas, entre eles integrantes da Jovem Guarda. Em 1965, estreou na TV Record um programa chamado Jovem Guarda, que logo se transformou em sucesso absoluto. Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia dominavam o cenário do iê-iê-iê. O estilo musical era voltado para jovens e estava sob forte influência de algumas bandas estrangeiras, como os Beatles e os Rolling Stones.
Os cantores da Jovem Guarda eram famosos e adorados. Porém, os setores de esquerda os acusavam de serem alienados, por não se posicionarem contra a ditadura que havia se instalado em nosso país. O grupo não apoiava a violência aplicada pela ditadura, mas também não deixava transparecer que eram a favor da democracia. Diante desta situação, a intelectualidade e os mais politizados desprezavam o grupo e as canções que falavam de amor.
Assista trechos de performances de Wanderléia, Erasmo Carlos, Roberto Carlos e Golden Boys no programa Jovem Guarda:
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