domingo, 27 de fevereiro de 2011

Carta de um ‘quase’ suicídio...

Um homem também pode chorar.
"Para quem se interessar,

          Falo na língua de um covarde que não aproveitou quase nada da vida. Simplório eu? Talvez! Experimentei o óbvio. Esta nota deveria ser bem mais fácil de ser compreendida. Todos os “avisos” que recebi durante todos esses anos (é o meu constrangimento que posso chamar de ética envolvida com a minha não independência) foram provadas como verdadeiras, mas propriamente não acredito. Eu não sinto inspiração para criar uma música, um poema ou simplesmente uma carta de amor. Me sinto culpado de alguma coisa que ainda não sei o que é. Queria estar em um backstage, as luzes se apagando e o rugido enlouquecido da multidão começando. Isto não afetava Kurt Cobain, mas me afetaria muito, parece que adoro e gosto do amor e da admiração da platéia, o que é algo que eu admiro e invejo de quem experiencia.
          O fato é que eu não posso enganar ninguém, nenhum de vocês que estão lendo esta porcaria agora. Simplesmente não é justo com você nem comigo, muito menos com Kurt. O pior crime que cometi foi o de afastar as pessoas, enganando-as de alguma forma, fingindo que eu estava curtindo, me sentindo feliz, me divertindo muito. Às vezes sinto que eu deveria levar uma surra de mim mesmo. Não consigo buscar forças para a inspiração chegar. Uma vez busquei forças para tentar escrever algo bonito, e eu gostei disso, apesar de ter deletado a inscrição. Deus, acredite em mim, eu quero ser feliz com a inspiração que ainda não tenho. Sei que não é o suficiente. Eu aprecio o fato de saber que amigos conseguem e me comovo. Devo ser um idiota mesmo, um narcisista. Sou muito sensível, preciso estar ligeiramente sobre efeito de algum "entorpecente" para recobrar o entusiasmo da vida. O que passei quando era criança é melhor ser esquecido. Nos últimos três dias, comecei a “desgostar” mais de mim e de todas as pessoas que conheci, exceto uma. Não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que eu tenho por alguns.
          Acredito de ter bondade, simplesmente eu acredito muito nas pessoas. Acredito tanto, que isto me faz sentir fudidamente triste, porque acabo me decepcionando. Sou um cara do signo de peixes, triste, acho que ninguém me dá atenção que preciso e necessito, não deixei de acreditar em Deus, mas não sou mais um devoto cristão. Por que você está lendo isso? Simplesmente relaxe e curta as pessoas que gostam de você! Não sei se consigo fazer o mesmo! Sonhei que tinha uma esposa que era uma Deusa e que transpirava ambição e empatia, e filhos, que me lembrava bastante o jeito que eu costuma ser, cheio de amor e alegria. Não suporto pensar em não ter felicidade. Vou me tornando uma pessoa infeliz, autodestrutivo, um quase roqueiro da morte, coisas que eu estou conquistando lentamente, mas estou. Hey, eu estou legal, “tô de boa”, não sou muito agradecido por isso, mas desde os 14 anos me tornei odiável perante as pessoas que conheci. Para os outros que conheço parece fácil ter felicidade. Talvez porque eu amo e sinto muita dó das pessoas, eu acho. Obrigado aos que chamo de amigos, todos, do fundo da minha alma, pelas conversas e demonstrações de preocupação durante os últimos tempos. Eu sou muito de lua, igual a Kurt! Não tenho mais aquela paixão, aquele amor. Então, lembre-se: é melhor apagar de uma vez do que ir sumindo aos poucos, assim machuca mais, porém o alívio é mais rápido. Acredito nisso.
          Paz, Amor, e muita felicidade para você que leu esta carta de um quase suicídio. E se ainda não entendeu a palavra "quase", é porque não vou me matar como fez Kurt Cobain. Não seria tão louco! Mas "(...) minha dor hoje é tão intensa, que acho que a alegria é uma doença e a tristeza é a minha única saúde..."

Frances e Courtney, eu estarei em seu altar.
Por favor, continue, Courtney, pela Frances.
Para que a vida dela seja muito mais feliz sem mim. EU AMO VOCÊS. EU AMO VOCÊS."

A carta de suicídio de Kurt Cobain (Vocalista do Nirvana) serviu de empréstimo para um talvez começo de “inspiração”. Frances é a filha de Kurt e Courtney a esposa, citadas na carta acima.

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