quinta-feira, 31 de março de 2011

A literatura de Cordel...

Literatura de Cordel se faz mais presente no nordeste do Brasil.
          Literatura de cordel é um tipo de poema popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome originado em Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. No Nordeste do Brasil, o nome foi herdado (embora o povo chame esta manifestação de folheto), mas a tradição do barbante não perpetuou. Ou seja, o folheto brasileiro poderia ou não estar exposto em barbantes.
          São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos.
          Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.

Histórico...

          A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-holandês da Idade Contemporânea e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536).
          Foram os portugueses que introduziram o cordel no Brasil desde o início da colonização. Na segunda metade do século XIX, começaram as impressões de folhetos brasileiros com características próprias. Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, entre muitos outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954), são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.

No Brasil...

          No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. 
          O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas. Os poetas Leandro Gomes de Barros (1865-1918) e João Martins de Athayde (1880-1959) estão entre os principais autores do passado.

Todavia, este tipo de literatura apresenta vários aspectos interessantes e dignos de destaque:

  •     As suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante espólio do imaginário popular;
  •     Pelo fato de funcionar como divulgadora da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais, a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore brasileiro;
  •     Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um número elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo;
  •     A tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de opinião, elevam a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo.

Novela Cordel Encantado...


Logomarca da nova novela das 18h.
          Cordel Encantado será a nova novela das 18h, da Rede Globo, que substituirá Araguaia. A estréia será no dia 11 de abril. A trama Cordel Encantado tem direção geral de Amora Mautner. E conta com um excelente elenco!
          A novela contará a história dos Reis do fictício Reino Seráfia do Norte, Augusto (Carmo Dalla Vecchia) e Cristina (Alinne Moraes). O casal então viaja com a filha, Aurora, ainda bebê, para o Brasil em busca de um tesouro escondido pelo fundador do Reino de Seráfia.
          Nessa grande aventura, a Rainha e sua filha sofrerão uma emboscada arquitetada pela malvada Duquesa Úrsula de Bragança (Débora Bloch), que deseja assumir o trono a qualquer custo.
          Antes de morrer, a rainha consegue salvar Aurora e a entrega para ser criada por um casal de lavradores, que dá o nome de Açucena (Bianca Bin). No outro lado da trama está o cangaceiro Herculano (Domingos Montagner), que preocupado com a segurança de seu filho Jesuíno (Cauã Reymond), e de sua mulher Benvinda (Cláudia Ohana), os deixa em uma fazenda até que o rapaz possa assumir a liderança do cangaço. O destino irá unir Açucena e Jesuíno numa complicada história de amor.
          A trama foi escrita por Duca Rachid e Thelma Guedes. Tem tudo para ser um grande sucesso, apesar de algumas pessoas não conhecerem a Literatura de Cordel e que já pré-julgam a obra antes mesmo de conhecer a magia de Cordel Encantado. E, o que talvez possa afetar diretamente na audiência da novela, uma vez que não estão acostumados com este tipo de arte. Acredito que a história da trama caberia melhor em uma mini-série. Porém, esta produção no horário das 18h tem a chance de popularizar ainda mais a Literatura de Cordel. Vale a pena conhecer "Cordel"! A trama também promete grandes surpresas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.